terça-feira, 19 de abril de 2011

Cuzco e Machu Picchu




Nossa viagem ao Peru foi resolvida meio de repente (com apenas um mês de antecedência). Depois de 9 anos ininterruptos pela primeira vez me vi sem trabalho. Eu tinha que distrair minha cabeça. E programar nossa trip praticamente sozinha foi uma tarefa que apareceu em boa hora.





Logo de cara percebi que não seria uma viagem fácil de se organizar. Não que seja algo muito complicado, mas dá trabalho. São 4 trechos de avião e 2 de trem, são necessárias reservas em três hotéis (Lima, Cuzco e Águas Calientes), além dos tickets do ônibus (Águas Calientes-Machu Picchu) que no nosso caso foram 4 porque vistamos Machu Picchu 2 vezes (logo na chegada e no dia seguinte bem cedinho). Tudo isso conciliando datas e horários.


 

Saímos de Lima rumo a Cuzco num voo lotado de turistas, especialmente europeus. Chegamos ao hotel e fomos recebidos com chá de coca para aliviar os efeitos da altitude. Aproveitamos para andar pela cidade e fiquei de queixo caído ao perceber o quanto ela é bonita. MUITO bonita! Do alto da minha ignorância não fazia idéia de como aquele lugar remoto era tão bacana. Na hora pensei: “Esses europeus sabem das coisas...”.  

  
Como o site da PeruRail dizia não ter mais tickets de trem, eu tive a idéia de tentar por alguma agência. Abri meu livro 1000 Lugares Para Conhecer Antes de Morrer e usei a indicação da autora sobre uma de Cuzco chamada Milla Turismo.


Após diversas trocas de e-mails e alguns telefonemas (em espanhol!) finalmente fechei com eles. O pacote incluía as nossas passagens no Trem Vistadome, uma diária no Hotel La Cabaña (pernoite em Águas Calientes), um tour pelo Valle Sagrado de Los Incas, 2 ingressos para visitar Machu Picchu e um boleto turístico que nos dava direito a diversas atrações (museus, igrejas, conventos).

O passeio ao Valle Sagrado vale super a pena e o turista conhece Pisac, Ollantaytambo e Chincheros. Durante o percurso vi algumas lhamas, índios peruanos, montanhas geladas e o belo Rio Urubamba.





Em Pisac dá para garantir presentinhos super originais para a família e os amigos. Artigos de decoração, jóias em prata e artesanato dividem espaço com a gastronomia típica: o ceviche, os milhos de vários tipos, cores e tamanhos e o polêmico porquinho da índia (que eu não tive coragem de experimentar).



No dia da nossa ida a Machu Picchu, acordamos bem cedo e embarcamos no Trem Vistadome. Durante as 4 horas de viagem batemos altos papos com um americano de Washington DC e um casal uruguaio de Montevidéu.

Para visitar Machu Picchu, na minha humilde opinião, é necessário contratar o serviço de um guia, para que se possa entender e aprender mais sobre o local. Os guias têm muito orgulho daquela “cidade perdida” e explicam com entusiasmo os detalhes do que teria ocorrido ali. 



Um lugar ótimo para ficar de bobeira, vendo gente de toda idade e nacionalidade passar, na minha opinião, é a Plaza de Armas. Ali está a imponente Catedral de Cuzco, que guarda ricas obras de arte em seu interior. E do alto dela uma vista arrasadora da cidade garante muitas e muitas fotos.





Cuzco, Valle Sagrado e Machu Picchu são lugares muito únicos. Achei tudo super diferente. A cada olhar uma novidade. Machu Picchu é surreal. O jeito é ir e ver com seus próprios olhos. É o tipo do lugar que te deixa meio intrigado. Minha imaginação fértil foi longe e eu “viajei” pensando em como era a vida dos Incas, por que escolheram um vale tão escondido e o que fez eles abandonarem Machu Picchu, se é que eles realmente foram embora por conta própria. 


 






Anotações:

Compramos nossas passagens Rio-Lima e Lima-Rio pela Taca Airlines. Os trechos Lima-Cuzco e Cuzco-Lima fizemos de Lan.

Durante o dia não sofremos nem um pouco com a altitude. Meu problema era na hora de dormir, quando a rinite atacava com mais intensidade que o habitual.

Nos hospedamos no Novotel Cuzco, da Accor. O hotel, onde no passado funcionava um convento é lindo. O café da manha é bem legal e o restaurante melhor do que eu imaginava. De acordo com um motorista local o Novotel é considerado o melhor da categoria (4 estrelas) de toda a cidade.





No pernoite em Águas Calientes para a visita a Machu Picchu, não se preocupe, o hotel de Cuzco guarda sua bagagem até o seu retorno.

Na Plaza de Armas há algumas joalherias. A prata peruana é uma das mais famosas do mundo.

Os restaurantes Incanto (Santa Catalina Angosta, 135) e Inka Grill (Portal de Panes, 115, Plaza de Armas) foram os meus favoritos em Cuzco.

Machu Picchu foi descoberta há 100 anos. Em 1911 pelo explorador americano Hiram Bingham.


A PeruRail conta com 4 trens de categorias diferentes.

Bebidas e pratos típicos: refrigerante Inca Kola, cerveja Cusqueña, cuy (porquinho da índia), ceviche, lomo saltado e pisco sour (chilenos e peruanos brigam sobre a sua origem).

Gorros, cachecóis e luvas de baby alpaca são lindos e muito gostosos de usar. 

Na visita a Machu Picchu pode-se subir nas montanhas Huayna/Waina Picchu e Machu Picchu. Nós desbravamos a Machu Picchu, mas infelizmente a neblina escondeu a vista. Uma pena...